Letra
[Verse]
Sol rachando, chão é faca sem corte,
Espinho no pé, destino é o norte,
Cacto vira rei no reino da seca,
Vida no sertão é prosa que arreca.
Grão de areia, deserto é escola,
Onde o vento assovia, a vida rebola.
Bicho-preguiça no ritmo do tempo,
A lua assiste, o sertão em movimento.
[Chorus]
É poeira, é poesia, é chão rachado,
É suor que rega sonho plantado.
No sertão pernambucano, canto é espelho,
Cactos e poesia, espinhos e conselho.
[Verse 2]
Cabra macho é lenda, mas sente a dor,
Pele queimada guarda o calor.
Água é troféu, nuvem é promessa,
Sertanejo reza enquanto a vida pressa.
Fogueira acesa, dança da esperança,
Menino vira homem na fé que balança.
As estrelas são guias, mapa no céu,
A cada passo, o sertão escreve seu papel.
[Bridge]
Do galope ao aboio, do aboio ao silêncio,
Cada som no sertão tem seu pertencimento.
Pandeiro bate forte, acordeon soluça,
No coração do Nordeste, a alma não se ofusca.